‘DanSando’ é o novo álbum de Luísa Sobral. Um disco pop solar com onze novas canções cantadas em português que embalam o quotidiano com doçura e entusiasmo. ‘DanSando’ foi produzido multi-instrumentista brasileiro e vencedor de um Grammy Latino, Tó Brandileone e gravado entre São Paulo (Brasil) e Lisboa (Portugal).
Dansando

Quero falar de amor
Nada de novo eu sei
Mas falar demais de amor
Nunca fez mal a ninguém
Quero falar de ti
De cada gesto teu que me enamora
Para sentir que estás aqui
Mesmo quando vais embora
E é só mais uma canção de amor
Já há tantas por aí
Mas que eu saiba ninguém fez
Uma sobre ti
Quero falar de amor
Da dor que é prazer no mesmo peito
De beijar sem querer um fim
E de abraçar do mesmo jeito
E é só mais uma canção de amor
Ja há tantas por aí
Mas que eu saiba ninguém fez
Uma sobre ti
Quero falar de amor
Da dor que é prazer no mesmo peito
De beijar sem querer um fim
E de abraçar do mesmo jeito
E é só mais uma canção de amor
Já há tantas por aí
Mas que eu saiba ninguém fez
Uma sobre ti
Gosto de ti dos pés aos cabelos
Da ponta dos dedos até à ponta do nariz
Gosto de ti de cada pestana
Da pele que é cama
Das constelações que eu fiz
Gosto de ti e sinto até dores no peito
Mas é só feitio não defeitoÉ amor a transbordar gosto de ti
E quando se gosta assim
Só nos dá para cantar
Gosto de ti das tuas bochechas
Sei que foram feitas para beijar devagar
E gosto de ti dos tornozelos
Até dos cotovelos que não são fáceis de amar
Gosto de ti e sinto até dores no peito
Mas é só feitio não defeito
É amor a transbordar gosto de ti
Gosto só porque sim porque é tão bom gostar
Gosto de ti e sinto até dores no peito
Mas é só feitio não defeito
É amor a transbordar gosto de ti
Gosto só porque sim porque é tão bom gostar
Que mal fiz?
Onde errei?
Não te soube escutar
Será que estive desatento?
Que te dei pouco do meu tempo?
Será que fui insensível?
Distante ou previsível?
Que mal fiz?
Onde errei?
Não te dei toda a atenção
Será que não te pus em primeiro?
Fiz-te amigo e não parceiro?
Será que olhei, mas só para mim?
Fui eu o início deste fim?
Perdoa-me meu amor
Não fui o melhor a amar
Não te soube manter
E só me coube cuidar
Perdoa-me meu amor
Não sei como aconteceu
Tenho uma certeza porém
Não foste tu, fui eu
Olá meu querido amigo
Faça o favor de entrar
Junte-se a quem chegou mais cedo
Todos vieram para ficar
Quem veio vestiu-se de branco
Vejo que soube de antemão
Entre então meu caro amigo
Muitos outros chegarão
Peço desde já desculpa
Se pareço indelicada
Não o esperava aqui tão cedo
Não estava preparada
Só neste instante de conversa
Já chegaram mais uns quantos
Parеcem vir sempre sozinhos
E cada um vai para sеu canto
E cada um que aparece
Me deixa mais desnorteada
Esta festa como digo
Ainda nem estava marcada
Mas é bem-vindo querido amigo
Neste encontro capilar
Se é para ter cabelos brancos
Vou recebê-los a dançar
Se o amor nasce pequeno
E se faz grande ao viver
Se o amor mesmo grande
Pode sempre adormecer
Escolho amar hoje
Sem pensar no amanhã
Se a paixão nasce grande
E tende a desvanecer
Pode até virar amor
Ou sem razão desaparecer
Vivo apaixonada
Sempre que me apetecer
E amo como eu sei
Como aprendi
Colho o que plantei
E planto o que comi
Se a ternura é uma onda
E quando vem é maré alta
Se quando ela não vem
A gente sofre e faz-nos falta
Visto a ternura
Faça chuva ou faça sol
Se a bondade escasseia
E não se encontra em todo o lado
O nosso é amor é fácil
É quente e sabe bem
E sem ser de ninguém
Sou tua e és meu também
O nosso amor é livre
E quer sempre regressar
Tem braços de infinito
E abraços para nos dar
É um amor de borboletas
Bonitas e discretas
Que voam ordenadas
Mas não deixam de voar
É um amor mais de pijama
De fim de semana
Um amor por arrumar
Mas com tudo no lugar
O nosso amor é lindo
Tudo lhe assenta bem
Tem corpo de canção
E dança como ninguém
É um amor de borboletas
Bonitas e discretas
Que voam ordenadas
Mas não deixam dе voar
Pássaros no céu pintados de negro
Bando de animais com fome de medo
E mesmo sendo dia, noite ficou
E o mundo parou, para ver
Estrondos que se sentem debaixo dos pés
Gente que se apaga de uma vez
E eu aqui tão longe
Deixo-me ficar a ver
Há guerra na televisão
Os velhos e os novos de armas na mão
Há guerra e eu a cantar
A deixar-me ficar a ver
Gente que foge mas sem destino
Sem nada fazer são o inimigo
Soldados de improviso
Sem qualquer aviso a marchar
Há guerra na televisão
Os velhos e os novos de armas na mão
Há guerra e eu a cantar
A deixar-me ficar
A deixar-me ficar a ver
Quis o tempo me levar
Antes do tempo de deixar
Antes de estar madura para cair
E tudo o que eu fiz
Foi nascer Maria Feliz
Foi um pacto delicado
Partirmos lado a lado
Mas se outro mundo houver
Quero entrar de braço dado
Pois tudo o que eu quis
Foi ser Maria Feliz
Tenho em mim
Toda a natureza
Sou raiz que não está presa
Árvore que parte antes do fim
E assim já não tenho medo
Parto em paz mesmo que cedo
Se te tenho a ti
Vou sem olhar para trás
Serei o que sempre quis
Eternamente Maria Feliz
Até sempre Maria Feliz
As mães de hoje em dia
Com sabedoria
Dizem fazer melhor que as outras
Olha como vai vestido
Tem o cabelo tão comprido
Não se penteia com certeza
Olha como come à mesa
E tendem sempre a constatar
Que só elas foram feitas para criar
Sou uma mãe perfeita
Dedicada, relaxada
Não me enervo com nada
Nunca me ouvirão gritar
Tudo lindo e penteado
Com roupas de batizado
Não sou daquelas que festеja
Quando os vai deitar
As mães de hojе em dia
Com sua maestria
Veem de longe a mãe que é má
Temos uma casa
Temos limoeiros
Legumes que brotam do chão
Crianças a correr
Crianças a crescer
E animais de estimação
Vivo no quadro que pintei
A vida que sonhei para mim
E se alguém perguntar
Se quero algo mais, vou dizer:
“Por mim fica tudo assim”
Sou feliz assim
Tão feliz assim
E se alguém perguntar
Se quero algo mais para mim
Por mim fica tudo assim
Livros na prateleira
Lenha na lareira
E a manta para aninhar
Cozinhar para um batalhão
Ser festa cada refeição
E ter amigos para celebrar
E quando o caminho é para a frente
E damos dois passos atrás
Marchamos contra a corrente
Onde a guerra já é paz
E assim de um momento para o outro
Perde-se o que se ganhou
O que se sonhou
Tudo desvanece
E quando o caminho é para a frente
E já não há estrada p’ra andar
Quando fui feita para ir
Mas devo regressar
E assim de um momento para o outro
Sonhar não é para mim
Saber não é para mim
Ser não é para mim
Somos um grão de areia
Numa estrada de alcatrão
Podem tapar-me a cabeça, os olhos e a boca
Tapo Deus, não Deus o que ele quisеr
Grito mesmo que rouca
Que dеbaixo da roupa
Serei sempre uma Mulher
Ficha Técnica
LUÍSA SOBRAL Letras e Música
TÓ BRANDILEONE Produção
RICARDO MOSCA Mistura
CARLOS FREITAS Masterização
RICARDO FERNANDES Gravação de vozes
JOÃO CUNHA Voz (“Não foste tu”)
ANTÓNIO QUINTINO Contrabaixo (“Maria Feliz”, “O Quadro que Pintei”, “Há Guerra”)
ANTÓNIO LOUREIRO Bateria (“Festa Antecipada”, “Gosto de Ti”, “Há Guerra”, “Quero falar de Amor”)
MARIA BERALDO Clarinete (“Festa Antecipada” e Amo Como Eu Sei”)
JOÃO SALCEDO Acordeão (“Festa Antecipada”)
QUARTETO DA CIDADE Cordas
Betina Stegmann, Marcelo Jaffé, Nelson Rios, Rafael Cesário
TÓ BRANDILEONE Voz (“O Nosso Amor É”) e todos os restantes instrumentos
FOTOGRAFIA Ana Paganini
ARTWORK Camila Beirão
PRODUÇÃO EXECUTIVA Locomotiva Azul
Gravado entre Lisboa e São Paulo de Março a Junho de 2022











